segunda-feira, 18 de abril de 2011

Analisando a cena - Matrix

foto: Divulgação


O filme Matrix [Wachowski Brothers, 1999], trouxe ao cinema uma colcha de retalhos filosófica que até hoje ocupa um lugar de destaque na cultura do século XXI.  A sociedade contemporânea e sua crescente virtualização foi retratada à base de grandes pensadores, como Jean Baudrillard e Paul Virilio, devidamente mixados com diversos conceitos religiosos como o budismo, elementos como a jornada do heróis de Campbell, histórias em quadrinhos, teorias semióticas e até física quântica.

Conceitos complexos a primeira vista, como o discutido por Baudrillard em seu livro Simulacros e Simulações, são apresentados através de efeitos especiais premiados com um Oscar. Para Rodrigo Carrero, da revista Continente Online, o conceito de simulacro — uma cópia perfeita de algo que não existe — remete à civilização grega. O simulacro é o elo perdido que liga realidade e ilusão.

No trecho discutido em sala, quando Neo é apresentado a Morpheus, as tomadas de cena aproximam o expectador da profundidade entre a conexão que separa o mundo real do simulado pela Matrix. A pílula vermelha remete ao fim da “realidade simulada”. A cena é repleta de referências a filmes como Alice no País das Maravilhas, cinema pulp dos anos 70 com sua estética rebuscada e a presença de uma mistura de equipamentos digitais com analógicos.

Nesta cena, a ruptura dos mundos acontece através de uma sutil mudança na iluminação. Os tons verdes da simulação são substituídas por um azul pálido, que remete ao frio dos casulos onde os humanos são cultivados para fornecerem energia às máquinas.

Após 10 anos, Matrix tornou-se uma referência na composição de diversas referências multiculturais que anteciparam o frenesi de informações presentes na atual web. Presenças virtuais como perfis em redes sociais, a agressividade dos comentários em sites e a forma rápida de se obter informações de qualquer origem – até mesmo duvidosa – representam a Matrix que muitos preferem se esconder do que enfrentar o deserto do real.





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