quarta-feira, 9 de março de 2011

A presença feminina no cinema e sua influência

O cinema, assim como a fotografia, busca retratar a realidade. Guiado por esse contexto, acaba criando padrões de beleza e vestimenta, tornando-se uma forte ferramenta de marketing, que só seria percebida muitos anos após sua criação. O cinema pode ser um documento da época em que foi gravado, já que, principalmente nos primeiros tempos, retratatava os medos, tradições e hábitos.

Theda Bara
A primeira grande mulher do cinema, foi a atriz Theda Bara (anagrama em inglês de ‘morte árabe’), que atuou de 1914 a 1926. Para torná-la mais atraente ao público, uma série de boatos circulavam na época: diziam que ela era filha de um artista francês e uma egípcia, que havia nascido no deserto do Saara e que possuía poderes sobrenaturais, além de a associarem à magia negra. Theda alimentava essa fama, recebendo os jornalistas que a entrevistavam com uma serpente de estimação à tiracolo e diversos incensos perfumados no ambiente. A atriz é considerada o primeiro sex symbol do cinema, e os seus mais importantes papéis foram em ‘Escravo de uma Paixão’ (1915) e ‘Cleopatra’ (1917).

Mary Pickford
Oriunda do cinema mudo, Mary Pickford foi considerada a primeira “Queridinha da América”. Figurando mais em colunas sociais do que a maioria das atrizes da época, Mary se tornou um sucesso entre o público, e por muito tempo pode escolher os roteiros, diretores e co-estrelas com quem iria trabalhar, além de receber um ótimo salário. Apesar de não ter obtido resultados satisfatórios no cinema falado, ela continuou em alta, graças ao casamento por aparências que mantinha com Douglas Fairbanks, um figurão de Hollywood.

Na década de 30, a presença feminina no cinema se tornou ainda mais expressiva, graças a atrizes como Greta Garbo, Katharine Hepburn, Marlene Dietrich e Mae West. Além de impressionarem pelo talento, todas elas eram verdadeiros colírios para os olhos, em especial Greta, sempre magra e bronzeada, e West, que em 1938 serviria de inspiração para a estilista Elsa Schiaparelli, que lançou um perfume com o formato do busto da atriz.

Greta Garbo
Mae West
Marlene Dietrich

Dietrich, além de encantar por sua imagem glamourosa, chamava a atenção pelo seu posicionamento político: apesar de ser alemã, ela recusou uma generosa proposta para trabalhar em filmes que faziam apologia ao regime de Hitler.

Mae West também não se contentou em ser apenas um corpo bonito, e passou a atuar cada vez mais em filmes em que podia brincar contrastando sua sensualidade com a ironia de ser condicionada ao papel de mulher fatal. Essa insolência combinava com a depressão econômica que atravessava os Estados Unidos na época, trazendo consigo descrença nos valores morais tradicionais. 







A contribuição da mulher no cinema pode ter começado de forma modesta, mas nunca foi restrita como no teatro. E desde seus primeiros registros têm influenciado e encantado não apenas a moda, mas também os hábitos. A universalidade do cinema, presente nos dias de hoje, só aumenta essa influência e proporciona mais força à sétima arte.

Os primeiros registros cinematográficos da História



   Diversas invenções oriundas de pesquisas sobre os fenômenos visuais foram essenciais para a criação da ilusão do movimento, denonimada cientificante como persistência da visão. O médico inglês Peter Mark Roget, em 1824, foi um dos primeiros a descrever esta ilusão de movimento. Uma destas invenções que culmiram no cinema como cohecemos hoje surgiu no  século 17, quando o padre alemão Athanasius Kircher criou um mecanismo com uma lente capaz de projetar imagens de transparências em uma tela, utilizando como fonte de luz de uma vela. 

   Após o conjunto de tecnologias que resultaram nas câmeras e projetores dos irmãos Lumière, os filmes foram exibidos em teatros de variedades, feiras, em casas de óperas e de música. Em 1896, foi construído em New Orleans, no sul dos Estados Unidos, a primeira sala exclusiva para exibição de filmes. Os empresários americanos Harry Davis e John P. Harris, criaram os primeiros locais específicos para exibição de filmes – os Nickelodeon, em 1907. O nome é uma junção da palavra nickel [5 centavos de dólar] combinado com "Odeon", a palavra grega para teatro.